Os valores da generosidade
Caridade, filantropia, generosidade, ajudar o mundo a tornar-se um mundo melhor. Pelos valores tradiconais quem se dedicasse a este tipo de actividades seria considerado uma pessoa de bem. A sua actividade tornava o mundo melhor, surgia um sentimento de satisfação por ajudar os outros a quem se dedica a essas actividades.
Essas actividades continuam, evidentemente. No entanto a evolução das mesmas tem sofrido uma alteração de valores, tanto no que se investe como no que se recebe.
O que se investe?
Há pouco tempo li entrevistas de directores de empresas cuja função era captar e aplicar do melhor este tipo de transferências tradicionalmente unilaterais. Trata-se de um sector em expansão segundo a opinião desses especialistas e que precisa de se adaptar e ganhar novas formas de gestão. Adiante.
Outra alteração no investimento em caridade (vou usar o termo caridade para resumir tudo aquilo que comecei por enunciar) diz respeito ao público em geral e não apenas àqueles que têm muito dinheiro para ser captado pelas empresas de caridade. No público em geral as captações de fundos fazem-se de forma mais subtil, através de produtos feitos com métodos amigos do ambiente ou que contribuem para uma qualquer causa humanitária.
Qual o retorno?
Para os grandes investidores o retorno faz-se através dos atributos intangíveis que a marca ganha. Um reconhecimento e associação a causas humanitárias trás uma benesse aos produtos. Esse investidor pode ser uma empresa ou um indivíduo desde que tenha notoriedade e capital para isso. Nalguns casos ganha-se um nicho de mercado, aqueles que estão dispostos a dar mais algum dinheiro ou que preferem ajudar uma qualquer causa vão ter preferência pelo produto feito a pensar nessas situações.
Para o cidadão comum o retorno continua a vir, numa primeira fase, de termos ajudado algo. No entanto há uma nuance sinistra, a sensação de satisfação por ter promovido "o bem" provem da ostentação do produto que foi adquirido, que não se esqueceu de ser o mais explícito possível acerca das suas causas nobres, e não do regozijo anónimo de ter feito algo bom. O já mencionado benefício para a marca surge agora no consumidor na forma de reconhecimento dos outros de que essa pessoa é preocupada com o mundo. A motivação fundamental no fundo é uma versão mais cosmopolita do tradicional parecer bem.
Fica assim reduzida a caridade a mais um aspecto a ter em conta na criação de imagem. A actividade continua a ser nobre e nós uns grandes homens de bem. Nunca a caridade teve um futuro tão promissor.
Os nossos valores podem ser encontrados aqui:
http://www.euronext.pt/bvlp/start.jsp?lang=pt&op=mercados
Essas actividades continuam, evidentemente. No entanto a evolução das mesmas tem sofrido uma alteração de valores, tanto no que se investe como no que se recebe.
O que se investe?
Há pouco tempo li entrevistas de directores de empresas cuja função era captar e aplicar do melhor este tipo de transferências tradicionalmente unilaterais. Trata-se de um sector em expansão segundo a opinião desses especialistas e que precisa de se adaptar e ganhar novas formas de gestão. Adiante.
Outra alteração no investimento em caridade (vou usar o termo caridade para resumir tudo aquilo que comecei por enunciar) diz respeito ao público em geral e não apenas àqueles que têm muito dinheiro para ser captado pelas empresas de caridade. No público em geral as captações de fundos fazem-se de forma mais subtil, através de produtos feitos com métodos amigos do ambiente ou que contribuem para uma qualquer causa humanitária.
Qual o retorno?
Para os grandes investidores o retorno faz-se através dos atributos intangíveis que a marca ganha. Um reconhecimento e associação a causas humanitárias trás uma benesse aos produtos. Esse investidor pode ser uma empresa ou um indivíduo desde que tenha notoriedade e capital para isso. Nalguns casos ganha-se um nicho de mercado, aqueles que estão dispostos a dar mais algum dinheiro ou que preferem ajudar uma qualquer causa vão ter preferência pelo produto feito a pensar nessas situações.
Para o cidadão comum o retorno continua a vir, numa primeira fase, de termos ajudado algo. No entanto há uma nuance sinistra, a sensação de satisfação por ter promovido "o bem" provem da ostentação do produto que foi adquirido, que não se esqueceu de ser o mais explícito possível acerca das suas causas nobres, e não do regozijo anónimo de ter feito algo bom. O já mencionado benefício para a marca surge agora no consumidor na forma de reconhecimento dos outros de que essa pessoa é preocupada com o mundo. A motivação fundamental no fundo é uma versão mais cosmopolita do tradicional parecer bem.
Fica assim reduzida a caridade a mais um aspecto a ter em conta na criação de imagem. A actividade continua a ser nobre e nós uns grandes homens de bem. Nunca a caridade teve um futuro tão promissor.
Os nossos valores podem ser encontrados aqui:
http://www.euronext.pt/bvlp/start.jsp?lang=pt&op=mercados
É o ser generoso e ganhar-se com isso? Que dualidade interessante. E discutive, muito discutivel...
Posted by usual_suspect | 17/3/06 11:45
Parece-me perfeitamente exequível, ser-se generoso e ganhar-se com isso... Chamemos-lhe o "mercado da generosidade"...
Posted by Vitor Pina | 20/3/06 11:01
Está em curso obter ganhos com este tipo de imagem. Esa caridade via mercado recorre ao preconceito tradicional de que a caridade é algo positivo. Com o passar do tempo o preconceito sofre desgaste e a rendibilidade da caridade diminui, tornando-a pouco atractiva.
Posted by razio | 21/3/06 12:58