Crónicas da Geração Racional - O caso João
O menino João é um homem racional. As suas primeiras palavras, que deixaram os pais em delírio, foram:
"isto é o máximo!".
Aos 5 o João analizou a sua situação de forma racional e concluiu que a sua existência já não se encontrava no máximo, isto porque a sua mãe lhe provocava uma certa desutilidade devido a uma certa depressão. Apresentou a sua análise ao pai, um homem altruísta, e sugeriu-lhe que devia matar a mulher, pois o "cash flow" esperado proveniente do seguro de vida tinha uma utilidade superior à desutilidade do desaparecimento da sua mãe. Altruíta como sempre o pai mostrou preocupação com os cuidados que não poderiado dar ao filho enquanto estivesse preso filho, mas foi imediatamente tranquilizado pelo João. O João recoreria ao "outsorcing" de pais, bastaria um pai ou uma mãe pois cada novo progenitor trás um acréscimo de utilidade decrescente e, feitas as contas, não valia a pena pagar dois salários. O João mostrou ainda outro benefício doo novo progenitor, ele definiria como requesito que o tratassem por "Jó" em vez de João, ganhando assim tempo sempre que o interpelavam. Sempre leva menos tempo dizer "Jó, vem jantar" do que "João, vem jantar". O pai estava convencido.
O pai, altruísta como não podia deixar de ser, executou o plano e , evidentemente, tudo correu como o "Jó" planeou.
Aos 30 "Jó", consciente de que se tivesse filho não poderia continuar a ser um homem racional e passaria a um estado do altruísmo compulsivo, optou por não ter filhos. O mesmo sucedeu com a sua geração, já ninguém queria ter filhos. Até porque era muito mais rendível trabalhar como fornecedor de cuidados parentais.
E assim foi a história da última geração da humanidade, geração que já evoluiu até ao estado de "homo economicus" e que, de forma completamente racional e baseada no facto de a utilidade de ter filhos não compensar a desutilidade de passar a um estado de altruísmo, optar pela extinção.
"isto é o máximo!".
Aos 5 o João analizou a sua situação de forma racional e concluiu que a sua existência já não se encontrava no máximo, isto porque a sua mãe lhe provocava uma certa desutilidade devido a uma certa depressão. Apresentou a sua análise ao pai, um homem altruísta, e sugeriu-lhe que devia matar a mulher, pois o "cash flow" esperado proveniente do seguro de vida tinha uma utilidade superior à desutilidade do desaparecimento da sua mãe. Altruíta como sempre o pai mostrou preocupação com os cuidados que não poderiado dar ao filho enquanto estivesse preso filho, mas foi imediatamente tranquilizado pelo João. O João recoreria ao "outsorcing" de pais, bastaria um pai ou uma mãe pois cada novo progenitor trás um acréscimo de utilidade decrescente e, feitas as contas, não valia a pena pagar dois salários. O João mostrou ainda outro benefício doo novo progenitor, ele definiria como requesito que o tratassem por "Jó" em vez de João, ganhando assim tempo sempre que o interpelavam. Sempre leva menos tempo dizer "Jó, vem jantar" do que "João, vem jantar". O pai estava convencido.
O pai, altruísta como não podia deixar de ser, executou o plano e , evidentemente, tudo correu como o "Jó" planeou.
Aos 30 "Jó", consciente de que se tivesse filho não poderia continuar a ser um homem racional e passaria a um estado do altruísmo compulsivo, optou por não ter filhos. O mesmo sucedeu com a sua geração, já ninguém queria ter filhos. Até porque era muito mais rendível trabalhar como fornecedor de cuidados parentais.
E assim foi a história da última geração da humanidade, geração que já evoluiu até ao estado de "homo economicus" e que, de forma completamente racional e baseada no facto de a utilidade de ter filhos não compensar a desutilidade de passar a um estado de altruísmo, optar pela extinção.
Muito bem, sim senhor... O homo economicus de John Mill a maximizar a sua racionalidade. Nem só de pão vive o homem, já dizia o outro, mas também de prazer e, porque não, de desutilidade (contrariando todos os dogmas económicos)...
Posted by Vitor Pina | 26/2/06 22:23
Ai essa economia anda a dar cabo da cabeça de alguém...
Posted by usual_suspect | 28/2/06 06:46