http://www.makepovertyhistory.org estigma2005: fevereiro 2006

domingo, fevereiro 26 

Novidades do mundo das ideias

Se gostam de música, cultura jovem, adulta, cinema, literatura, animação e outras cousas, aconselho a visita aos seguintes sites:
http://www.claricehadalittlelamb.net/
http://mondoweird.livejournal.com/
http://slowinter.livejournal.com/
São sites desenvolvidos por colaboradores da revista 365 (lê-se três seis cinco), tanto a Joana Linda como o Alex Gozblau e outros, revista esta que deixou de "aparecer" de há uns tempos para cá. Do mal o menos, sempre posso saciar a meu apetite pela 365 e ir visitando estes sites.

Eles alimentam-se dos nossos pensamentos, eles vivem no mundo das ideias...

sexta-feira, fevereiro 24 

Crónicas da Geração Racional - O caso João

O menino João é um homem racional. As suas primeiras palavras, que deixaram os pais em delírio, foram:
"isto é o máximo!".
Aos 5 o João analizou a sua situação de forma racional e concluiu que a sua existência já não se encontrava no máximo, isto porque a sua mãe lhe provocava uma certa desutilidade devido a uma certa depressão. Apresentou a sua análise ao pai, um homem altruísta, e sugeriu-lhe que devia matar a mulher, pois o "cash flow" esperado proveniente do seguro de vida tinha uma utilidade superior à desutilidade do desaparecimento da sua mãe. Altruíta como sempre o pai mostrou preocupação com os cuidados que não poderiado dar ao filho enquanto estivesse preso filho, mas foi imediatamente tranquilizado pelo João. O João recoreria ao "outsorcing" de pais, bastaria um pai ou uma mãe pois cada novo progenitor trás um acréscimo de utilidade decrescente e, feitas as contas, não valia a pena pagar dois salários. O João mostrou ainda outro benefício doo novo progenitor, ele definiria como requesito que o tratassem por "Jó" em vez de João, ganhando assim tempo sempre que o interpelavam. Sempre leva menos tempo dizer "Jó, vem jantar" do que "João, vem jantar". O pai estava convencido.
O pai, altruísta como não podia deixar de ser, executou o plano e , evidentemente, tudo correu como o "Jó" planeou.

Aos 30 "Jó", consciente de que se tivesse filho não poderia continuar a ser um homem racional e passaria a um estado do altruísmo compulsivo, optou por não ter filhos. O mesmo sucedeu com a sua geração, já ninguém queria ter filhos. Até porque era muito mais rendível trabalhar como fornecedor de cuidados parentais.
E assim foi a história da última geração da humanidade, geração que já evoluiu até ao estado de "homo economicus" e que, de forma completamente racional e baseada no facto de a utilidade de ter filhos não compensar a desutilidade de passar a um estado de altruísmo, optar pela extinção.

quinta-feira, fevereiro 16 

Mudança de Layout do Estigma

Meus Caros,
na sequencia de achar que este blog pode e deve ser melhorado a nivel gráfico e como vou ter algum tempo livre com o fim dos exames decidi deitar mãos à obra e depois de pedir o aval do mentor do blog, o vitinho e dele ter dito que sim. Vou começar a trabalhar prá semana e vou dando noticias à medida que for avançado. Como este blog é muito democrático gostava de pedir as vossas sugestões para as alterações. Chutem tudo que se lembrarem, como por exemplo...

Que cores acham que devo utilizar?
Que estilo?
Mais vintage?ou mais Eighty?
Mais colorido ou mais sóbrio?
Personalidades para meter no layout?
Qual o vosso par de meias preferido?
Porque é que lavamos as toalhas se quando tomamos banho estamos limpos?
Deus existe?
....
.....
......


Deem sugestões, fico à espera.


PS: Em principio a tecnica que vou usar é a colagem.

terça-feira, fevereiro 14 

O fim do Semiramis

O semiramis.weblog.com.pt é um dos melhores blogues que existiem em Portugal. Tinha o hábito de o frequentar e durante algum tempo fui um comentador regular dos post e das discussões que se seguiam.
Infelizmente parece que o Blogue chegou ao fim, a Joana já não escreve desde o dia 2 de Fevereiro, algo completamente atípico pois não só escrevia diariamente como avisava com antecedência se se ia ausentat do blogue por qualquer motivo.

Pelos dados que fui recolhendo ao longo do tempo em que frequentei o Blogue, a Joana era mãe e tinha entre 30 e 40 anos, estudou economia no Porto foi assistente durante algum tempo. Actualmente penso que trabalhava em Lisboa. A sua identidade sempre foi um mistério, por isso ela é apenas a Joana, escritora do Semiramis, vale pelo que escreveu.

O fim sem aviso do blogue deixou muita gente perplexa, o blogue já tinha uma dimensão que inpedia que acabasse assim, de um momento para o outro e sem qualquer aviso. Também não parece da Joana terminar assim o seu blogue, que tanto esforço lhe causou.
Um dos rumores de alguém que diz conhecer a Joana foi que ela foi vítima de uma fatal embolia pulmonar. Apesar de ter alguma desconfiança em relação a esta informação dou-lhe alguma credibilidade pelo fim estranho do semiramis.

Se é verdade que a Joana morreu tenho muita pena, para quem frequentava o blogue constantemente ela era como uma amiga, sem ela ficamos todos a perder.
Quem ainda não conhece o Semiramis aproveite para o visitar, afinal trata-se de um dos melhores blogues que terão oportunidade de ler.

segunda-feira, fevereiro 13 

O jornal e os jornalistas

Ao ler o Público de hoje deparei-me com um interessante artigo sobre a questão dos cartoons. Claro que não foi o disparate do José Manuel Fernandes (JMF) e felizmente o Vasco Pulido Valente (VPV) não escreve à segunda feira (resta saber como é que permitiram que ele chegasse a escrever no jornal). O senhor Mário Pinto (MP) escreveu um artigo que no fundo mostra o óbvio, não alimenta polémicas, simplesmente constata.

Reparem nas diferenças:
(MP) - "(...) Às vezes, parece que queremos resolver os problemas internacionais e de civilização, sim, mas absolutamente à nossa maneira e segundo a nossa opinião. Se é assim poderá ser mais uma forma do velho instinto imperialista do ocidente (...)"
(JMF) - "(...) Ora, por mais voltas que demos ao assunto é difícil fugir ao essencial: a "guerra" dos cartoons (...) foi orquestrada por todos os que, no mundo islâmico, mesmo sem serem islamistas, recusam uns a modernidade, outros a democracia, a maioria ambas."

(MP) "(...) a setença da sabedoria popular (...): "há coisas com que não se brinca"."
(MP) "(...)Vêm agora ilustres cartoonistas dizer que se pode bricar com tudo e todos. A tese é de tal modo absurda que me dispenso de a criticar."
(JMF citando VPV) "O pior perigo está em ceder a liberdade intelectual e política, que é a nossa essência, para conciliar o inconciliável"

(MP) "E o que decide? É a nossa racionalidade conceptual ou o nosso interesse? Não. Será o discernimento tópico entre pessoas e comunidades. Como se chega lá? Talvez... pelo bom senso - Sarmago dixit. E bom senso pede dúvida: "to be, or not to be". E exclui o decreto do absolutismo: "to be or not to be"
(JMF) "Por isso, por brutal que tal pareça, não basta neste momento dizer que se consideram soluções militares, é preciso começar a prepará-las."

Foi muito agradável ler Mário Pinto, descobri que ainda há algumas pessoas da tal mítica cultura ocidental e que até conseguem escrever nos jornais. Infelizmente a maior parte dos artigos parecem redigidos por representantes oficiais dos Talibans, prontos a atacar a estátua do buda que se seguir. Para não termos o mesmo destino dos romanos invadidos por bárbaros, como remata o editorial de hoje.

Obrigado, Mário Pinto. Obrigado por mostrar a imbecilidade reinante e a inconsistência com os valores do ocidente nas opiniões de pulgas que pululam nas folhas de jornal, camufladas nas folhas encardidas pelo tipógrafo.

sábado, fevereiro 11 

O Libertino (The Libertine)

O Libertino é um filme de 2004 realizado por Laurence Dunmore e que conta com actores como Johnny Depp, Samantha Morton, John Malkovich, Rosamund Pike, Tom Hollander, Kelly Reilly, Jack Davenport, Richard Coyle ou Rupert Friend.

O início do filme, o prólogo como John Wilmot considera, é teatral: um monólogo, uma conversa com o espectador. Além de se apresentar, empurra-nos para dentro filme e aterramos num qualquer lamaçal de Londres do século XVII.
Não deve passar despercebido o excelente trabalho no que diz respeito a luz e filmagem, o filme tem sempre uma imagem pouco nítida, seja pelo fumo ou pela "distorção". O efeito é cativante, quem o quiser apreciar devidamente tem de ir ao cinema.
Apesar de Jonh Wilmot ser considerado um libertino, isso deve-se mais às histórias passadas antes do filme. No filme vemos o homem que se tenta evadir através do alcoól e do teatro, uma criatura desinteressada da vida, consciente de que o que é é muito diferente daquilo que diz ser. A sociedade onde ele se encontraé sem dúvida libertina, ele é apenas um homem sincero com uma tendência para dizer o que pensa de forma inteligente e provocadora.
Para quê escrever mais sobre o filme. Ele anda por aí, vão vê-lo! No fim sentir-se-ão leves, entraram numa história, foram atacados por grandes representações, viveram um filme. O cinema devia ser isso mais vezes.
O crítico do Público que viu o filme classificou-o com *, um sinal, quase uma certeza, de que o filme deve ser bom.
Para saber mais:
http://cinerama.blogs.sapo.pt/
http://cinecartaz.publico.clix.pt/filme.asp?id=143776
http://cartaz.expresso.clix.pt/default.aspx?headingId=200&CategoryId=106&CategoryContentId=17520

sexta-feira, fevereiro 10 

Religiões, algo vai mal no reino da Dinamarca.

No fórum tenho uma pequena discussão com outra pessoa que decidi publicar aqui. Se quiserem ver o fórum, porque só vou transcrever aquilo que escrevi e não o comentário de outro frequentador do fórum, basta irem ao mconsolas.net, no [http://mconsolas.net/phpbb2/viewtopic.php?p=234831#234831]

Escrevi inicialmente:
"As religiões deveriam ter um papel mais importante na vida da nossa sociedade, uma vez que fornecem um suporte para uma moral e um conjunto de valores que, tirando algumas excepções, poucos duvidam que são bons. Uma maior espiritualidade e prática religiosa melhoraria a vida de muitas pessoas e afastaria o materialismo puro em que a generalidade vive que, se não é mau, pelo menos é entediante.
Um dos valores comuns às religiões é a tolerância. Mas o que se entende por tolerância? É não reagir perante algo que ajuizamos como mau, é permitir o mal. Daí que o conceito seja de tão difícil tratamento, tem a natureza padoxal de ser simultaneamente bom e mau, havendo ainda o problema de o nosso juízo sobre algo estar errado e esse algo não ser intrinsecamente mau ou bom. Dosear a tolerância é extremamente difícil, daí que seja perigoso provover demasiado a tolerância, corre-se o risco de cair num completo niilismo ou num relativismo.
Entender os limites da tolerância tem sido um problema posto nestes dias em que quem é Dinamarquês, e não só, corre muitos riscos se andar num país muçulmano. Os cartoons foram demais para a tolerância de alguns muçulmanos e estes reagiram de forma violenta. Ao contrário de que acontece por todo o "ocidente", a religião para essas pessoas é um assunto sério, um ataque implica uma reacção porque foi afectada a sua honra (outro conceito de difícil compreensão para quem não tem valores para além do palavreado florido). A reacção não era imprevisível, não há aqui um relativismo dos revoltosos, os seus valores impelem-nos para a reacção. E fazem muito bem.
E do nosso lado, que posição tomar? O já mencionado risco de promover em excesso a tolerância torna difícil a reacção. Sem uma matriz de valores bem definida não se sabe o que fazer. Uma não-reacção diminui ainda mais o respeito dos outros por nós.
Se alguém nos ataca nós devemos defender-nos, ameaçar e cumprir as ameaças se for necessário. Além disso, se alguém é estúpido demais para não perceber o que não deve publicar por ser ofensivo e perturbar a paz deve ser punido nos moldes que a lei o permitir. Afinal a esta zona do mundo sempre foi dura, a paz actual não reflecte a nossa história turbulenta. A tolerância sempre foi mais retórica do que prática. "

Após um comentário complementei com o seguinte:
"Mais incrível que um ateu a promover a religião, como é o meu caso, é dizer que aconteceram guerras em nome da religião e omitir as guerras em nome dos já mencionados direitos do homem. As constituições, o movimento iluminista, o surgimento das repúblicas, tudo se promoveu em banhos de sangue. É como uma estância termal, um copinho de sangue de manhã, outro ao final da tarde, e conseguimos uma sociedade melhor (avaliada pelos novos valores...) no fim do tratamento. Se Portugal é uma república isso deve-se em parte aos terroristas que conseguiram o regicídio. Essas pessoas que conseguiram idealizar e lutaram pelos seus ideais podiam não ser religiosas, mas eram idealistas, algo que também tem uma dimensão espiritual. É natural ao homem sofrer. Sofremos, e para eliminar ou atenuar esse sofrimento temos necessidade não de ter um topo de gama, ou até dois, mas sim de conseguir procurar um bem estar espiritual, seja ele procurado através religião ou por ideais. O bem estar vem do espírito, ou serei muito mais feliz que os meus pais por ter uma DS? Mais bens disponíveis reflectem apenas mais "ilusão de riqueza" e não mais bem estar.

Nietzche sugere que o homem se livre de Deus e seja senhor dos seus próprios valores. Com algum mau gosto o movimento nazi inspira-se nestas ideias, e o resto é história.
O se pretende é criar um super-homem, senhor do seu destino e inteiramente responsável pelos seus actos, e não uma criatura que quer sair do jogo, que não tem valores e acha que os valores que não tem são os melhores. É curioso que apareçam pessoas a escrever, como vi no fim de semana, acerca da superioridade da civilização ocidental (o que quer que isso seja) que tem uma inspiração judaico-cristã (afinal é ocidental ou do médio-oriente?) e que vive num período de pós-modernismo, a meu ver uma nova idade das trevas. As luzes ficaram fortes demais e nós, encandeados, somos orgulhosos demais para olhar noutra direcção. Os danos oculares podem ser irreparáveis, da luz emergem as trevas."

quinta-feira, fevereiro 2 

E mais nada...