Jogos de Vídeo - arte?
Uma das questões que se pode pôr actualmente é se o jogos de vídeo são arte. Para muitos são não passam de uma actividade para jovens, com pouca substância e com grandes doses de violência. A maior parte das pessoas nunca jogou um jogo de vídeo, é para esses um produto estranho em relação ao qual devem manter distância.
Apesar de esse equívoco geral, quem está dentro do universo dos jogos deve interrogar-se - os jogos de vídeo são arte?
A minha resposta será - sim, são arte. Resultam de uma combinação de imagem, som, jogabilidade, têm histórias e mensagens que é preciso intrepretar. Deste ponto de vista o jogo é arte simplesmente porque resulta de uma combinação de artes.
Alguns jogadores dão uma resposta ligeiramente diferente, preferem dizer que alguns jogos são arte e outros não. Os motivos e critérios são-me estranhos, há nesses casos uma grande subjectividade sobre se um dado jogo é arte ou não. Penso que nestes casos o problema se resume de uma forma mais simples: há arte boa e arte má. A ideia que tentam transmitir quando dizem que "não é arte" é que não presta, é fraco, em resumo, é má arte. A minha óptica é mais simples e, apesar de não isenta de problemas, é um raciocínio bastante básico considerar que os jogos são arte porque resultam de uma combinação de artes.
Aquilo que mostrei até agora resume-se à arte numa prespectiva subjectiva, a minha opinião e a opinião dos outros. Pode existir um critério de demarcação de arte e não arte. Eu não sei explicar o que é arte, apenas sei dizer que um objecto é arte ou não. Talvez pelo cheiro ou outra qualquer propriedade mística, o que em geral sabemos fazer é definir algo como arte de uma forma intuitiva.
Esta questão assemelha-se a uma outra, também muito debatida, que diz respeito a "o que é ciência". Já antes falei em critério de demarcação, vocabulário que não será estranho a quem já conhece o caso da ciência.
Conseguimos nós dar um critério de demarcação para distinguir arte de não-arte?
Mais ou menos...
Tal como alguém sugeriu no caso da ciência, a arte não é uma construção individual. Há todo um meio envolvente, uma comunidade, eles dizem o que é arte e o que não é. Têm Um Critério? Na maior parte dos casos não, é mais uma questão de quem é mais convincente a persuadir o outro da sua opinião.
Esta dinâmica de discussão e debate para a comunidade determinar por si o que é arte ou não é arte pressupõe que existe uma comunidade, que tem uma voz comum representativa dessa arte (neste caso, os jogos de vídeo) e que é suficientemente forte para comunicar com as outras comunidades e indivíduos. A arte é definida como construção social e não com um critério "simples" e objectivo. A comunidade tem de comunicar entre si através de encontros e publicações especializadas (já existentes) e comunica "para fora" através do meios mais ou menos tradicionais de comunicação que existem (é neste campo , que levaria a um maior reconhecimento dos jogos, que ainda há muito por fazer). O ideal é que os jogos se enquadrem naquilo que podemos chamar "cultura geral", os conhecimentos simples e superficiais, conhecidos por todos, de assuntos mais vastos e complexos. Esse é um passo fundamental para que os jogos entrem para a categoria de arte e deixem de ser uma mera proeza de engenharia.
Conclusão
A partir do que disse podemos concluir que o jogos não são arte. Pode existir uma minoria de pessoas, como eu, que já estão a tentar divulgar o jogos de vídeo como produto artístico e capaz de ser uma expressão cultural de uma comunidade. No entanto isso não é suficiente, para que seja arte é necessário que seja aceite pela generalidade como tal. Não se trata de uma questão de mérito e capacidade, é antes uma questão de notoriedade e poder. Os jogos serão arte quando tiverem força suficiente para se afirmar como tal.
Apesar de esse equívoco geral, quem está dentro do universo dos jogos deve interrogar-se - os jogos de vídeo são arte?
A minha resposta será - sim, são arte. Resultam de uma combinação de imagem, som, jogabilidade, têm histórias e mensagens que é preciso intrepretar. Deste ponto de vista o jogo é arte simplesmente porque resulta de uma combinação de artes.
Alguns jogadores dão uma resposta ligeiramente diferente, preferem dizer que alguns jogos são arte e outros não. Os motivos e critérios são-me estranhos, há nesses casos uma grande subjectividade sobre se um dado jogo é arte ou não. Penso que nestes casos o problema se resume de uma forma mais simples: há arte boa e arte má. A ideia que tentam transmitir quando dizem que "não é arte" é que não presta, é fraco, em resumo, é má arte. A minha óptica é mais simples e, apesar de não isenta de problemas, é um raciocínio bastante básico considerar que os jogos são arte porque resultam de uma combinação de artes.
Aquilo que mostrei até agora resume-se à arte numa prespectiva subjectiva, a minha opinião e a opinião dos outros. Pode existir um critério de demarcação de arte e não arte. Eu não sei explicar o que é arte, apenas sei dizer que um objecto é arte ou não. Talvez pelo cheiro ou outra qualquer propriedade mística, o que em geral sabemos fazer é definir algo como arte de uma forma intuitiva.
Esta questão assemelha-se a uma outra, também muito debatida, que diz respeito a "o que é ciência". Já antes falei em critério de demarcação, vocabulário que não será estranho a quem já conhece o caso da ciência.
Conseguimos nós dar um critério de demarcação para distinguir arte de não-arte?
Mais ou menos...
Tal como alguém sugeriu no caso da ciência, a arte não é uma construção individual. Há todo um meio envolvente, uma comunidade, eles dizem o que é arte e o que não é. Têm Um Critério? Na maior parte dos casos não, é mais uma questão de quem é mais convincente a persuadir o outro da sua opinião.
Esta dinâmica de discussão e debate para a comunidade determinar por si o que é arte ou não é arte pressupõe que existe uma comunidade, que tem uma voz comum representativa dessa arte (neste caso, os jogos de vídeo) e que é suficientemente forte para comunicar com as outras comunidades e indivíduos. A arte é definida como construção social e não com um critério "simples" e objectivo. A comunidade tem de comunicar entre si através de encontros e publicações especializadas (já existentes) e comunica "para fora" através do meios mais ou menos tradicionais de comunicação que existem (é neste campo , que levaria a um maior reconhecimento dos jogos, que ainda há muito por fazer). O ideal é que os jogos se enquadrem naquilo que podemos chamar "cultura geral", os conhecimentos simples e superficiais, conhecidos por todos, de assuntos mais vastos e complexos. Esse é um passo fundamental para que os jogos entrem para a categoria de arte e deixem de ser uma mera proeza de engenharia.
Conclusão
A partir do que disse podemos concluir que o jogos não são arte. Pode existir uma minoria de pessoas, como eu, que já estão a tentar divulgar o jogos de vídeo como produto artístico e capaz de ser uma expressão cultural de uma comunidade. No entanto isso não é suficiente, para que seja arte é necessário que seja aceite pela generalidade como tal. Não se trata de uma questão de mérito e capacidade, é antes uma questão de notoriedade e poder. Os jogos serão arte quando tiverem força suficiente para se afirmar como tal.
É muito simples no jogos de vídeo temos os jogos que podemos considerar arte, ou seja, os jogos Nintendo e temos o resto, que não passam de meros produtos de consumo.
Mensagem escrita por um "independentista" Nintendista...
Viva la revolución...
Posted by Anónimo | 12/5/06 15:33
Pra mim os jogos tb são arte, se bem que há alguns que são uma merda, tanto como jogos ou como arte. Assim já tens mais um menbro para a causa.
Já agora se os jogos são arte deveriam ou não ter IVA a 5%?
Posted by usual_suspect | 12/5/06 17:20
Sim aos videojogos como arte...
Identifico também outra característica com outros tipos de arte, o facto de serem objectos de coleccionismo. Por exemplo, eu, que nunca liguei assim tanto a videojogos, pelo menos de consolas, vi-me há pouco tempo a comprar uma consola Nintendo GameCube, tendo apenas uns meses mais terde comprado o jogo para a mesma, sem ainda ter passado algumas horas debruçado sobre aquele "bicho interessante"...
Devo confessar que o simples facto de "possuir" aquele objecto é para mim uma fonte de prazer, o que também acontece com outras obras de arte.
Quanto ao IVA, o facto de serem arte, pressupõe (ou não) à partida aquele carácter elitista que as maiores obras de arte possuem e que deveriam ser taxadas não a 21% mas a 21% acrescido de uma derrama que se poderia denominar "imposto de cultura", para subsidiar outras formas de arte/cultura menos favorecidas. Refiro-me concretamente no primeiro caso a obras de arte como o último quadro de Picasso a ser leiloado que foi vendido por uma soma exorbitante. A questão é que não podemos confundir arte com cultura se bem que as duas características podem ser usadas conjuntamente.
Para mim, os videojogos são arte e são cultura...
Posted by Vitor Pina | 12/5/06 18:14
ups!!! Pois foi, lá confundi arte com cultura, imperdoável....
Este período de Queima das fitas sempre me criou alguma confusão momentanea...
Posted by usual_suspect | 13/5/06 21:37
ups!!! Pois foi, lá confundi arte com cultura, imperdoável....
Este período de Queima das fitas sempre me criou alguma confusão momentanea...
Posted by usual_suspect | 13/5/06 21:37
Pelo que escrevi é fácil ver que arte é um conjunto contido em cultura, ou seja, toda a arte é cultura, sendo o inverso inválido.
Toda a arte é cultura pois na descrição que fiz é a cultura que define o que é arte.
O motivo pelo qual alguns membros da cultura começam a sugerir que algo deveria ou não deveria passar a ser arte não é conhecido, pelo menos eu não tenho nenhuma explicação para esse fenómeno.
Posted by razio | 15/5/06 11:59