http://www.makepovertyhistory.org estigma2005: maio 2006

segunda-feira, maio 29 

Livraria da Praça

Fartos de supermercados de livros? Se querem visitar uma livraria propriamente dita podem fazê-lo em Viseu, na Livraria da Praça. Ocupa um andar num prédio vermelho e tem duas entradas, ambas escondidas e difíceis de encontrar. Nas palavras do blog dessa livraria:

"Mais do que uma livraria comum, gostaríamos de ser um espaço de divulgação cultural, que desse algum relevo à cidade. Temos espaço suficiente para se poder deambular e “ namorar” os livros e um ambiente acolhedor com música de fundo e recantos de leitura. Também servimos café e chá e temos uma pequena esplanada onde se pode estar…"

Se tiverem oportunidade passem por esta livraria, é um espaço calmo e agradável, com bastante diversidade de oferta. Além disso tem várias actividades abertas à participação de qualquer um, podem consultar o programa no blog que vai sendo actualizado semanalmente. Até agora não tive oportunidade de participar em nenhuma uma vez que não passo muito tempo em Viseu, provavelmenete participarei no futuro.


O blog da Livraria da Praça:
http://livrariapraca.blogspot.com/ , lá podem encontrar um mapa e a morada desta livraria

quinta-feira, maio 25 

A politica não gosta de nós ou nós não gostamos da política?

Decorrem hoje as eleições para o núcleo de estudadantes da Faculdade de economia da Universidade de Coimbra (FEUC), que é mais vulgarmente é designado por NEE (Núcleo de estudantes de economia). A campanha dos ultimos dias tem servido para eu reparar em alguns pormenores que me levaram a fazer ente post.

Nestas eleições concorrem 2 listas. A lista A que é a lista da continuidade, composta por grande parte dos menbros do actual nucleo e a lista k, uma lista que me vai servir de caso de estudo neste artigo.

Ora a lista k não se pode considerar propriamente um modelo de lista normal, baseia as suas ideias na bem portuguesa sátira. Composta na sua essencia por aquilo que se poderia chamar um grupo de estudantes boémios de coimbra que procuram satirizar as eleições. Nos ultimos dias era possivel vê-los por aí distribuir autocolantes com bonecos ou com megafone na mão e ao mesmo tempo sempre com uma cerveja gelada por perto.
O site deles é este http://kaskin.no.sapo.pt/



Até aqui tudo bem, nada de novo. A lista k já tinha aparecido nas eleições para o núcleo no ano anterior. Mas este ano apresenta diferenças na sua forma de actuar, nomeadamente:
1. Este ano o jovem "el chefe" da lista k passou-se para a lista A com o argumento de queria queria estar num projecto com viabilidade.
2. A lista k este ano, ao contrário do ano anterior fez questão de recolher as assinaturas necessárias e de se candidatar como lista oficial às eleições, apezar de manter o seu carácter satirico.
3. E o mais importante facto que encontrei, nos panfletos da lista k, não só aparecem as tradicionais sátiras como é a medida de prometer distribuir revistas de cariz sexual da faculdade, como também aparecem medidas que seriam viáveis para qulaquer lista como organizar exposições de arte ou conferências.

Destes factos tiram-se algumas conclusões interessantes:

1. Primeiro é estranho que num ambiente tão dinâmico só exista uma lista "séria" a candidatar-se, a lista A. Ultimamente o numero de eleições em que só existe uma lista tem aumentado. Qual é a escolha que me é dada quando vou votar e apenas há uma lista? Nenhuma. Por exemplo, nestas eleições vi-me obrigado a votar em branco porque realmente não havia nenhum projecto em que eu acreditasse. Será que não há pessoas competentes para criar projectos (listas) viáveis? Será que as pessoas competentes deixaram de acreditar no trabalho dos orgãos que as representam?

2. Ao que me parece, a lista k, afinal deixou de ser uma lista que procura satirizar e brincar com a situação para passar também a candidatar-se oficialmente e apresentar propostas crediveis como exposições. Agora nem é carne, nem é peixe. Nem é um projecto sério, nem é uma brincadeira. É algo que eu não percebo muito bem porque existe. E até há elementos a passarem da lista K prá A à procura de um projecto mais viável. Gostava de saber, para quem é que será mais viável, mas enfim.

3. Mas então se existem pessoas na lista k que querem organizar conferencias e exposições, porque não serão essas pessoas capazes de criar uma lista viável que defenda uma opção diferente da lista A? Afinal ao que parece até existem pessoas interessadas em fazer algo. Porque não avançam essas pessoas. Será medo. Será falta de inciativa. Não percebo. A sério que não percebo.

E assim continuam as mesmas pessoas a ganharem raízes nos orgãos mais ou menos importantes e essas pessoas começam a tornar-se umbiguistas e a fazer favores aos amiguinhos e a favorecer-se a si próprias através das suas posições. A trabalhar cada vez menos e o país a afundar à custa disso. Sim, porque o país não são só meia duzia de ministérios em Lisboa, são todo o conjunto de infrastruturas que existem por aí.

Concluindo, não havendo vontade nada se faz e é isso que todos nós precisamos é respirar fundo e avançar prás coisas. Desenvolver projectos. Tomar a iniciativa, porque se não as coisas não nos caiem no colo. Porque as pessoas existem e os meios também. O que não há é vontade própria. O que falta é coragem.

segunda-feira, maio 22 

Comunidade dos jogos de vídeo - o caso da Imprensa

A comunidade existente

Tal como foi mencionado anteriormente a comunidade tem um papel fundamental na determinação do que é arte ou não. Ao concluir apresentei o facto de a comunidade existente ser fechada e não conseguir, ou tentar, comunicar com o exterior. Não contribui para que os jogos de vídeo façam parte da cultura geral, no entanto não deixam de ter efeitos dentro da sua comunidade fechada.
São elementos da comunidade:
• os jogadores, que podemos distinguir em:
 ocasionais / casuais ;
 “hardcore”, sendo estes últimos em menor número mas grandes consumidores e que se mantêm bastante bem informados;
• a imprensa;
• as produtoras de videojogos.

Cada elemento tem um papel ligeiramente diferente, descrito nos passos seguintes.


O papel que a comunidade – a imprensa

Há um grande número de publicações que testa os jogos e os avalia, geralmente atribuindo-lhes uma nota, tal como um professor que corrige os trabalhos dos alunos.
Este tipo de teste geralmente assenta fundamentalmente na parte técnica: gráficos, som, jogabilidade. Uma nota ao jogo na sua globalidade, enquanto conjunto e interacção dos vários elementos, nem sempre é atribuída, ou é-o muitas vezes na forma de média de cada um dos valores dados aos elementos tradicionais. A análise é fundamentalmente técnica e assenta bastante na comparação com o que é a referência no momento. De facto raras são as publicações que valorizam a componente artística, ou a inovação (muitas vezes confundida com a novidade, que se resume a colocar pequenas coisas novas nos jogos, melhorias de gráficos ou acréscimo de um ou outro extra). O facto de se comparar com a referência no momento leva a um enviesamento das avaliações para o padrão, penalizando quem não partilha a mesma “onda”. Ainda podemos considerar um elemento como a dificuldade que, de forma uma pouco inexplicável, não é raro penalizar a nota do jogo caso seja elevada. A respeito da dificuldade há pouco consenso entre os jogadores, podemos considerar no entanto que, regra geral, quem prefere jogos mais difíceis está no grupo dos jogadores “hardcore” (o termo pode ser usado para se referir exactamente ao jogador que prefere um desafio maior, será essa a definição que encontram na wikipedia).
Além do enviesamento há ainda questões do jogo que são menosprezadas, como por exemplo a história, caso exista, a qualidade dos textos e diálogos e construção de personagens. Podemos incluir neste grupo a inteligência artificial, que não é particularmente valorizada desde cumpra os mínimos (pode ser penalizadora, se elevar a dificuldade do jogo vai ter efeito na categoria da dificuldade). A inovação no sentido de alteração do aspecto (novas formas de expressão visual e sonora), jogabilidade ou conceito de jogo para algo fora do que está na norma não só é geralmente menosprezada pode ser penalizada pela generalidade das publicações.
O facto de se fazer uma análise tratando como igual todo o género de jogo (RPG avaliado por critérios semelhantes aos de um FPS, por exemplo) também em nada contribui para o rigor e qualidade das avaliações.

A minha consideração sobre a imprensa especializada é que geralmente é fraca e tem critérios de avaliação mal definidos. Como os jogos não são levados muito a sério e têm uma grande parte do público em camadas mais jovens, grande parte das publicações tem um nível baixo de qualidade. Um fenómeno estranho é que grande parte das publicações atribui notas altas a quase todos os jogos, colidindo com a ideia de alguns de que os jogos estão a atravessar uma crise. Outro factor que penaliza estes testes é o facto de este tipo de imprensa ser relativamente recente, não estando ainda consolidados métodos de avaliação (em parte porque não se faz um estudo rigoroso do que é um jogo de vídeo). No panorama internacional há algumas publicações de referência (Famitsu, Edge), não são no entanto as mais vendidas e que atingem mais jogadores, principalmente ocasionais. Muitas vezes fala-se da nota atribuída por estas revistas para dar credibilidade ao jogo.

Sobre as notas dos testes, podemos considerá-las funcionais mas não fundamentais. São tantos os problemas e limitações no teste de um produto complexo como um jogo que uma avaliação apenas em texto poderá ser suficiente (e até mais exigente, tanto ao jogo como a quem elabora o teste).
Os testes elaborados vão interferir com os restantes elementos da comunidade e afectam o rumo que é dado à evolução dos jogos de vídeo. Primeiro porque o seu tipo de avaliação vai passar a ser o tipo de avaliação que muitos consumidores vão fazer, o que leva a uma sobrevalorização de uns aspectos em detrimento de outros. Depois porque quem produz jogos se vai preocupar em satisfazer a imprensa e receber avaliações positivas, dando particular importância aos elementos que vão ser avaliados.
Dado o conservadorismo, essencialmente técnica e pouco ligada à parte artística, da imprensa e a sua importância nos restantes elementos da comunidade podemos desde já concluir que os jogos se desenrolam num ambiente avesso à inovação* e favorável à novidade*, ou seja, o desenvolvimento pleno dos jogos enquanto forma de arte, que requereria liberdade e criatividade, sofre a castração da comunidade “liderada” pela imprensa, que deseja um desenvolvimento na linha do que está habituada. Cria-se um paradigma e, tal como na ciência, quem está dentro dele vai resistir às eventuais agressões dos novos conceitos de jogo.

Um desenvolvimento intelectual da imprensa que estimule a inovação é desejável e fundamental para divulgar essas novas ideias. Tal como na ciência, se os defensores de novas teorias não conseguirem comunicar com a restante comunidade verão o seu esforço e trabalho resultar em nada. Também aí o papel das publicações é fundamental na difusão de novos conceitos (teorias). No caso da imprensa especializada nos jogos de vídeo há uma certa inconsciência do seu papel.

Para que não fique a impressão de que só há aspectos negativos do processo actual convém apresentar os pontos positivos. Um deles é que o paradigma tem o mérito de criar uma linguagem, quem está dentro do universo dos jogos já tem um conjunto de conceitos e capacidades que decorrem da sua envolvência com os vários jogos e comentários a jogos. Esta linguagem não tem de ser abandonada, a meu ver tem de ser expandida. A avaliação técnica não deve ser abandonada, apenas se lhe deve retirar alguma importância.


*Nota:
Nos termos que uso, a inovação remeto-a para a parte artística enquanto que a novidade é remetida para a parte técnica. Entre elas distingue-se ainda que a novidade é fungível ao passo que a inovação é durável.
A novidade, longe de ser inútil, possibilita mais inovação através de um alargar das restrições técnicas.

sexta-feira, maio 12 

Jogos de Vídeo - arte?

Uma das questões que se pode pôr actualmente é se o jogos de vídeo são arte. Para muitos são não passam de uma actividade para jovens, com pouca substância e com grandes doses de violência. A maior parte das pessoas nunca jogou um jogo de vídeo, é para esses um produto estranho em relação ao qual devem manter distância.
Apesar de esse equívoco geral, quem está dentro do universo dos jogos deve interrogar-se - os jogos de vídeo são arte?

A minha resposta será - sim, são arte. Resultam de uma combinação de imagem, som, jogabilidade, têm histórias e mensagens que é preciso intrepretar. Deste ponto de vista o jogo é arte simplesmente porque resulta de uma combinação de artes.

Alguns jogadores dão uma resposta ligeiramente diferente, preferem dizer que alguns jogos são arte e outros não. Os motivos e critérios são-me estranhos, há nesses casos uma grande subjectividade sobre se um dado jogo é arte ou não. Penso que nestes casos o problema se resume de uma forma mais simples: há arte boa e arte má. A ideia que tentam transmitir quando dizem que "não é arte" é que não presta, é fraco, em resumo, é má arte. A minha óptica é mais simples e, apesar de não isenta de problemas, é um raciocínio bastante básico considerar que os jogos são arte porque resultam de uma combinação de artes.

Aquilo que mostrei até agora resume-se à arte numa prespectiva subjectiva, a minha opinião e a opinião dos outros. Pode existir um critério de demarcação de arte e não arte. Eu não sei explicar o que é arte, apenas sei dizer que um objecto é arte ou não. Talvez pelo cheiro ou outra qualquer propriedade mística, o que em geral sabemos fazer é definir algo como arte de uma forma intuitiva.
Esta questão assemelha-se a uma outra, também muito debatida, que diz respeito a "o que é ciência". Já antes falei em critério de demarcação, vocabulário que não será estranho a quem já conhece o caso da ciência.

Conseguimos nós dar um critério de demarcação para distinguir arte de não-arte?
Mais ou menos...

Tal como alguém sugeriu no caso da ciência, a arte não é uma construção individual. Há todo um meio envolvente, uma comunidade, eles dizem o que é arte e o que não é. Têm Um Critério? Na maior parte dos casos não, é mais uma questão de quem é mais convincente a persuadir o outro da sua opinião.

Esta dinâmica de discussão e debate para a comunidade determinar por si o que é arte ou não é arte pressupõe que existe uma comunidade, que tem uma voz comum representativa dessa arte (neste caso, os jogos de vídeo) e que é suficientemente forte para comunicar com as outras comunidades e indivíduos. A arte é definida como construção social e não com um critério "simples" e objectivo. A comunidade tem de comunicar entre si através de encontros e publicações especializadas (já existentes) e comunica "para fora" através do meios mais ou menos tradicionais de comunicação que existem (é neste campo , que levaria a um maior reconhecimento dos jogos, que ainda há muito por fazer). O ideal é que os jogos se enquadrem naquilo que podemos chamar "cultura geral", os conhecimentos simples e superficiais, conhecidos por todos, de assuntos mais vastos e complexos. Esse é um passo fundamental para que os jogos entrem para a categoria de arte e deixem de ser uma mera proeza de engenharia.

Conclusão
A partir do que disse podemos concluir que o jogos não são arte. Pode existir uma minoria de pessoas, como eu, que já estão a tentar divulgar o jogos de vídeo como produto artístico e capaz de ser uma expressão cultural de uma comunidade. No entanto isso não é suficiente, para que seja arte é necessário que seja aceite pela generalidade como tal. Não se trata de uma questão de mérito e capacidade, é antes uma questão de notoriedade e poder. Os jogos serão arte quando tiverem força suficiente para se afirmar como tal.

domingo, maio 7 

A Paixão de Cristo - o Filme

O filme pode não ser novo só que apenas recentemente é que o vi. A descrição das pessoas que tinham visto o filme não era convidativa, só falam de Jesus a ser espancado e de sangue, juntamente com alguns momentos arrepiantes. Não é que essa descrição seja falsa, Jesus contracena fundamentalmente com chicotes e chibatas. No entanto o fundamental está numa frase que um dos verdugos diz pouco depois de começar a chicotear Jesus: "a sua resistência é incrível!". A capacidade daquele homem que nãoparece muito forte é realmente incrível, capaz de matar qualquer um muito antes de chegar à cruz. Aqui há um grande risco de nos deixarmos ofuscar pela violência quando o que se deve realçar é a resistência, resistência essa proveniente do espírito, da convicção de Jesus, geralmente designada por fé (se bem que não é difícil acreditar em Deus quando falamos com ele...). Mostra-se asim que um homem que esteja plenamente convicto e que tenha um espírito forte e determinado consegue transpor essas capacidades para a realidade. Jesus é apresentado como um "iluminado" e, tal como os monges que se regam com gasolina e se deixam ficar imovóveis e serenos enquanto ardem, não receia nada do mundo. Esse é o primeiro ponto importante do filme: a violência extrema a que um indivíduo é sujeito e a, mais impressionante ainda, capacidade de resistir.
A cena da crucificação mostra um pouco a moral que Jesus tenta transmitir. O perdão e o arrependimento são aspectos fundamentais, uma vez mais a lucidez que Jesus apresenta após todos os tormentos a que foi sujeito são sinal da sua força proveniente da convicção. Quando diz: "perdoa-os Pai, eles não sabem o que fazem." revela um controlo das emoções e um rigor com a sua doutrina que reforça a ideia de que Jesus foi um "iluminado".

Lamentavelmente não acredito que seja esta a apreciação dos muitos que foram ver o filme, principalmente os mais religiosos. Ou porque se deixaram ofuscar pela violência ou porque são demasiado estúpidos para fazerem esta ou outra interpretação qualquer do filme, o certo é que não creio que o filme tenha sido muito bem sucedido a transmitir a mensagem.

Deixo um último desafio ao leitor: qual a idade mínima recomendada para ver este filme?
Na minha opinião será a de maiores de 12, apesar de violento não se trata de violência pela violência mas de violência como condição para criar uma situação extrema. Não é só sangue - é o sangue de Cristo.

quarta-feira, maio 3 

"A Luva Negra"

Olá a todos, ultimamente tenho andado mais desaparecido. O meu blog quase que morreu antes de nascer e a culpa é de um workshop de produção de filmes que andei a tirar. Agora andamos a fazer o trabalho final do workshop, trata-se de uma curta intitulada" A luva Negra". É uma curta que está a ser totalmente produzida pelo pessoal do curso, desde o guião até à pós-produção passsando tb pela encenação, pois é, eu tb entro no filme. lol... foi muito divertido...
Ainda só tenho esta foto do curso, qq dia posto mais.
Já agora quem quiser estar a par de um pouco da nossa produção pode ver no canal 2 da vossa tv de quarta pra quinta da próxima semana à 1 e meia da manha no espaço reservado à ESEC TV.
Um abraço

segunda-feira, maio 1 

A sociedade dos 1.000€

A sociedade onde todos os seus elementos ganham sempre apenas 1.000€ por mês

MATERIAL NECESSÁRIO:
Uma qualquer Sociedade constituída por pessoas responsáveis e cumpridoras dos seus direitos e deveres, com indivíduos de ambos os sexos e abrangendo todas as faixas etárias.
Vencimento mensais vitalícios de 1.000€ para cada um dos membros da Sociedade.

RELATÓRIO:
O Joãozinho acabou de ser concebido... Durante os próximos nove meses a sua mãe vai ficar em casa a preparar o seu nascimento... O que lhe vai permitir poupar mais algum dinheiro (não tem que se deslocar nem almoçar no emprego), ter a casa mais arrumada, estar mais relaxada e despreocupada e começar a pensar no nome do bebé (nós já sabemos que será Joãozinho).

Joãozinho nasce e daqui em diante receberá sempre apenas 1.000€ por mês, dinheiro que os seus pais utilizam para lhe comprar comida, roupa, brinquedos e demais acessórios essenciais a bebés. O remancescente é colocado em Poupanças para o Futuro a que o Joãozinho terá acesso quando for mais crescido.

A mãe do Joãozinho acompanha-o ininterruptamente até este cumprir 4 anos, altura em que pode começar a frequentar o Jardim-Escola (instituição pública que faz a transição entre o seio familiar e o ambiente educativo futuro) onde irá aprender mais algumas regras de comportamento em sociedade (a maior parte já aprendeu com a sua mãe em casa) saber conviver com os restantes colegas e começar a utilizar instrumentos importantes como: papel, lápis, marcador, computador, tesoura, ...

Aos 6 anos o Joãozinho entra para a Escola Primária onde durnte 4 anos aprende a ler, escrever, fazer contas, a História e histórias, o Meio em que vive, ...
A sua formação continua e frequenta o Segundo Ciclo onde tem contacto com outras vertentes Línguas Estrangeiras, Ciências e afins... Muito parecido com o Terceiro Ciclo que se segue.
Após este o Joãozinho tem que escolher o seu papel na Sociedade dos 1.000 €. Pode ser aconselhado a seguir um curso vocacionado para começar a trabalhar mal acabe o 12º ano, ou então algum que lhe permita continuar para o ensino superior.
O Joãozinho tem um colega, o Zézinho, que (coitado) tem algumas limitações (não atina com o Português) e farta-se de dar erros, pelo que foi aconselhado a procurar algo relacionado com uma profissão que não exija a escrita e leitura permanentes: operário da construção civil, sapateiro, operário da lavoura, funcionário de limpeza, ... Assim, durante três anos vai frequentar um curso (da área que escolher) onde vai aprender alguma teoria e começar a praticar imediatamente. Terminado este período ingressa na vida Activa e poderá começar a procurar sítios onde exista trabalho.

Já o Joãozinho é um 'tola' e é encorajado a prosseguir os seus estudos segundo um curso orientado para o Ensino Superior. Ao frequentar este o Joãozinho já faz parte da População Activa (+ 18 anos) e pode, conciliando com o curso, contribuir para esta, investigando e escrevendo artigos (em áreas mais teóricas) ou até trabalhando com empresas, entidades ou pessoas da área (em áreas mais práticas). Terminada a sua formação Superior poderá começar a procurar sítios onde possa trabalhar.

O Joãozinho como teve formação superior na área da Biologia e manteve alguns contactos (tendo até ajudado no Jardim Zoológico) foi trabalhar para o Jardim Zoológico, que tinha uma nova vaga devido à aquisição de mais 17 novas espécies de insectos...

Esqueci-me de referir que o Joãozinho casou aos 18 anos e foi pai aos 20 anos, isto porque se atrasou um bocado e teve até que consultar um especialista e fazer alguns exames... Mas era uma questão de 'posição' e não um defeito biológico... De facto era comum casar aos 18 anos e gerar logo descendência, isto porque não havia a desculpa dos filhos sairem muito caros e de uma pessoas estar só agora a começar a trabalhar e a ganhar dinheiro...

Um amigo de infância de Joãozinho, o Pedrinho, que sempre foi um líder nato dentro da turma, estudou e formou-se em Direito, estando agora a trabalhar: como Secretário de Estado do Governo; a gerir o seu escritório de advogados; e a participar na gestão do Banco do Estado Nacional (BEN). Aufere por isto tudo adivinhem lá... Claro! Está na cara: 1.000€.

O Pedrinho até é muito amigo de um senhor, o Huguinho, que está há mais de 15 anos a gerir a Empresa Nacional de Telecomunicações e que devido aos enormes lucros desta, aufere mensalmente... 1.000€, tanto quanto o Zézinho (amigo do Joãozinho e que não atinava com o Português) que está empregado nessa empresa como funcionário de limpeza (e que nas horas livres até ajuda na Associação de Apoio aos Idosos).


CONCLUSÕES:
Será fazível?

Depois de saber que o Sr. J. Sócrates foi a Angola com 80 empresários que representavam um terço da riqueza nacional penso que os vencimentos vitalícios de apenas 1.000€ até seria alcançável.

Mas ponderndo tudo acho que esta Sociedade não poderia existir/singrar.
A principal razão deverá ser a falta do material necessário: pessoas responsáveis e cumpridoras dos seus direitos e deveres.