http://www.makepovertyhistory.org estigma2005: dezembro 2005

sábado, dezembro 31 

Top Internacional 2005

Isto não foi fácil, comecei a fazer um top 5 e acabei com um top 16. Simplesmente agarrei numa folha e sempre que me lembrava de um album ia lá escreve-lo. Depois colocá-los por ordem foi muito dificil pois todos eles são excelentes trabalhos. De certeza que devo-me ter esquecido de alguns e outros não cheguei a ouvir. De qualquer forma aqui fica a lista como forma de sugestão para vocês ouvirem e descobrirem. Tanto os portugueses abaixo como os estrangeiros são boas escolhas, pelo menos pra mim. Boas Escutas....

1) White Stripes - Get Behind Me Satin
2) Bloc Party - Silent Alarm
3) Sufjan Stevens - Illinois
4) Arcade Fire - Funeral
5) LCD Soundsystem - LCD Soundsystem
6) The Mars Volta - Frances The Mute
7) Vashti Bunyan - Lookaftering
8) Kaiser Chiefs - Employment
9) Franz Ferdinad - You Could Have It So Much Better
10)System Of A Down - Mesmerize / System Of A Down - Hypnotise
11) Death Cab For Cutie - Plans
12) Queens Of The Stone Age - Lullabies To Paralyse
13) Gorillaz - Demon Days
14) Beck - Guero
15) M.I.A. - Arular
16) Foofighters - In Your Honor

 

Top Tuga 2005

Depois de alguma ponderação aqui vai um pouco da nata nacional de 2005:

1) Old Jerusalem - Twice The Humbling Sun
2) Vicious Five - Up On The Walls
3) Mesa - Vitamina
4) Humanos - Humanos
5) Micro Audio Waves - No Waves
6) Boitezuleika - Éramos Assim

Estou também a ponderar mais uns topes pra postar aqui. Até Breve

quinta-feira, dezembro 29 

Melhores do ano

E agora, algo completamente original...

Com mais um brilhante ano (sim, porque todos os anos são brilhantes) a acabar, somos constantemente invadidos por listas de melhores do ano. A sugestão é essa, criar um top 5, não interessa de que categoria nem a validade lógica dos argumentos utilizados...

Em jeito de arranque, o meu TOP 5 de álbuns de música (não foram necessariamente editados este ano):
1- Tool - Lateralus
2- Tool - Salival
3- Arcade Fire - Funeral
4- dEUS - Pocket Revolution
5- Mão Morta - Nús

Contribuam...

quarta-feira, dezembro 21 

Pai Natal do diabo

O Natal está aí. Para quem não é cristão não deveria ser uma época especial, é só a festa cristã que veio roubar o lugar à celebração pagã do solstício. Pelo menos para mim não é uma época muito interessante, é no entanto uma época estranha porque permite observar o estado a que chegou a prática religiosa. Ainda considero, com algum exagero, o Natal como uma prática religiosa, isso deve-se à sua origem e não à prática que encontro. No que diz respeito à prática à muito que o Natal deixou de ser religioso, adiante veremos quea lógica subjacente é em parte contrária ao que se poderia considerar a doutrina cristã. Digamos que a missa do galo já foi ultrapassada pela peregrinação ao centro comercial.

Convém lembrar, não é certo que todos se lembrem, que o Natal celebra o Nascimento de Jesus Cristo. A celebração relacionava-se com este nascimento e tinha o aniversariante sempre presente só que agora, certamente vindo de algum país protestante, aparece um tipo gordo a usurpar o lugar do aniversariante. Este penetra não tem nenhum significado religioso, não encontram arte sacra com representações do pai natal, não trás salvação, não tem nenhum relacionamento com Deus, é antes um campeão do marketing. Existisse ainda inquisição e quem tivesse um pai natal em casa rapidamente acabaria numa luxuosa poltrona de tortura ou então enfiado numa chaminé de uma lareira acessa.
Ele promete prendas a quem fizer o bem, o que pode parecer positivo mas não o é, o bem é o valor que resulta das acções boas, o bem só por si já é recompensa suficiente. Este pai Natal é como a serpente que persuade Eva a comer a maçã, só que com um disfarce mais fraco (aqueles tons não enganam ninguém):
"Façam o bem e arranja-se uma prendinha" diz ele e, de forma astuta, promove o materialismo e afasta o rebanho do mundo espiritual.

A igreja não reage ao pai natal, o que é compreensível dado que nessa instituição as questões religiosas são secundárias e o que importa promover é a imagem da marca. Que horror seria dizer que o Pai Natal é pagão e antireligioso, iriam logo chamá-los de fanáticos. Hoje em dia já não se pode ser nada, temos de ser mais ou menos muitas coisas e ser flexíveis para podermos ser assim assim isto e aquilo, que por acaso até pode ser contraditório. Se disser que sou ateu vão olhar para mim e dizer que eu sou qualquer coisa, o que é suspeito. O que deveria dizer é que acredito em Deus mas não nas religiões, que tenho uma espécie de telefone vermelho em que comunico directamente com Deus e dispenso qualquer prática religiosa porque não concordo com a igreja. Também não convém ler a Bíblia, Deus é um bacano e dá-nos umas explicações directamente por telefone. O Pai Natal é um desses conceitos que vem por telefone.

O inverno está quase aí, desejo a todos um bom solstício.

quarta-feira, dezembro 14 

Vamos lá ver quem tem fôlego...



Calçada de Carriche

Luísa sobe,
sobe a calçada,
sobe e não pode
que vai cansada.
Sobe, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe
sobe a calçada.

Saiu de casa
de madrugada;
regressa a casa
é já noite fechada.
Na mão grosseira,
de pele queimada,
leva a lancheira
desengonçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.

Luísa é nova,
desenxovalhada,
tem perna gorda,
bem torneada.
Ferve-lhe o sangue
de afogueada;
saltam-lhe os peitos
na caminhada.
Anda, Luísa.
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.

Passam magalas,
rapaziada,
palpam-lhe as coxas
não dá por nada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.

Chegou a casa
não disse nada.
Pegou na filha,
deu-lhe a mamada;
bebeu a sopa
numa golada;
lavou a loiça,
varreu a escada;
deu jeito à casa
desarranjada;
coseu a roupa
já remendada;
despiu-se à pressa,
desinteressada;
caiu na cama
de uma assentada;
chegou o homem,
viu-a deitada;
serviu-se dela,
não deu por nada.
Anda, Luísa.
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.

Na manhã débil,
sem alvorada,
salta da cama,
desembestada;
puxa da filha,
dá-lhe a mamada;
veste-se à pressa,
desengonçada;
anda, ciranda,
desaustinada;
range o soalho
a cada passada,
salta para a rua,
corre açodada,
galga o passeio,
desce o passeio,
desce a calçada,
chega à oficina
à hora marcada,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga;
toca a sineta
na hora aprazada,
corre à cantina,
volta à toada,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga.
Regressa a casa
é já noite fechada.
Luísa arqueja
pela calçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.

António Gedeão, Poesias Completas (1956-1967)

sexta-feira, dezembro 9 

...

Já nasceste a saber o que eu não sei,
o que o lume na água mais procura;
se me dás de beber vou ter a sede
incessante da fonte mais impura.
Cada noite te peço que imagines
uma outra fina e elementar tortura,
como essa, de nunca mais arder
o corpo que no corpo se insinua.
Por cada gesto teu leio almanaquês
de vãs filosofias, para ter
a réplica prevista à sua altura;
por cada lábio, sou mais sábio que
toda a corte celeste talmudista;
e ainda não sei o que ao nascer sabias.

Antóni Franco Alexandre (1944)
Duende

 

Melhor q no IKEA....

http://www.loveyourmouse.com/awards/cannes/tokstok/portugues/kamasutra.html

quarta-feira, dezembro 7 

Netlabels


Um fenómeno interessante, estas NETlabels. Disponibilizam, gratuitamente, uma quantidade enorme de música deveras interessante. É um dos lados positivos da Globalização. Aconselho vivamente uma visita à NETlabel dos (portugueses) Stealing Orchestra, You Are Not Stealing Records (http://www.stealingorchestra.com/) e uma consulta aprofundada dos links disponibilizados em secção devidamente identificada.

Outras pesquisas:
http://www.kikapu.com/label/main.htm
http://www.archive.org/audio/netlabels.php
http://www.phlow.de/netlabels/index.php/Main_Page

segunda-feira, dezembro 5 

Estigma ?!?!!!

estigma
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      do Lat. stigma < Gr. stígma, picada

      s. m., marca;

      sinal natural do corpo;

      cicatriz;

      marca infamante, labéu;
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Pois então que este blog pique e ferre ferozmente as mentes que se vão acomodando...

 

Garden State [Filme]


"Sempre dependente de lítio, Andrew Largeman foi passando pela vida num turbilhão de emoções até que a morte da mãe o inspirou a largar os comprimidos para ver o que aconteceria. Actor de televisão em Los Angeles, "Large" não vai à sua terra natal há nove anos. Regressando a casa depois de tão longa ausência, e por um golpe do destino, Large conhece Sam, uma rapariga que é tudo o que ele não é, uma explosão de cor, esperança e excentricidade."

[Retirado de www.7arte.net]

Uma obra contra o marasmo e a indiferença...